Por que a perda de peso a longo prazo é tão difícil?
É Biologia, Não Força de Vontade!
A perda de peso em pessoas com obesidade traz inúmeros benefícios à saúde e melhora da qualidade de vida. Mas no estado de peso reduzido, o paciente experimenta mudanças biológicas e fisiológicas que não podem ser percebidas por eles, mas que podem levar à recuperação do peso, o temido "efeito sanfona".
Isso é desmoralizante para os pacientes, que frequentemente culpam o tratamento realizado. Compreender a defesa biológica da massa gorda corporal é essencial para entender o fenômeno da recuperação de peso e ajudar os pacientes a ter sucesso na manutenção da perda de peso a longo prazo.
Quando os pacientes estão com peso reduzido, ocorrem mudanças nos hormônios do eixo intestino-cérebro, como a redução da leptina. Quando os níveis de leptina caem, a energia é conservada por meio de uma redução no gasto de energia em repouso – o corpo age como se estivesse em modo de inanição, o que leva ao aumento da ingestão de alimentos, redução na taxa metabólica basal e na eficiência muscular. Ainda, há um aumento nos níveis de grelina, o hormônio que promove a fome. Isso levaria ao aumento da ingestão de alimentos.
Assim, os pacientes com perda de peso têm um “duplo golpe”: apresentam alterações tanto na regulação do apetite quanto no gasto energético que favorecem a recuperação do peso.
Então como promover a manutenção da perda de peso?
A melhor e mais importante estratégia é continuar o contato com o seu médico e/ou nutricionista para monitorar o reganho de peso e intervenção precoce e não esperar até que uma grande recuperação ocorra para intervir. Manutenção dos cuidados com alimentação (baixa ingestão de calorias gorduras) e atividade física ao longo da vida.
Outras técnicas comportamentais, como reestruturação cognitiva (pequeno ganho de peso não é falha e reinício de medidas de estilo de vida é possível) e monitorar o peso, se pesar com frequência, são fundamentais.
Os pacientes precisam entender os desafios que enfrentam e não se culpar.
É biologia, não força de vontade!